No final do ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, cujo objetivo é criar incentivos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e o impacto causado pelas empresas ao meio ambiente. Com isso, o projeto de Lei (PL 2148/15), submetido ao Senado, cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que determina limite para emissões e um mercado de venda de títulos.
O mercado de carbono faz parte da agenda verde do Governo, que inclui ainda a exploração de energia eólica offshore (PL 11247/18) e a produção de hidrogênio verde (PL 2308/23). Com a regulamentação, uma vez estabelecida regras para a emissões de gases pela indústria, as empresas que mais poluem deverão compensar suas emissões com a compra de títulos, crédito de carbono, aquelas que ficarem abaixo recebem cotas para serem comercializadas.
De acordo com a coordenadora dos cursos de Engenharia Ambiental e Gestão Ambiental da Universidade Santo Amaro (Unisa), Cristina Vilas Boas de Sales Oliveira, a relevância das questões climáticas abre oportunidade ao debate em prol do meio ambiente, assim como em oportunidade de carreira. “O engenheiro ambiental pode atuar no enfrentamento das mudanças climáticas, profissionais da área ambiental desempenham papéis estratégicos, contribuindo para a construção de soluções sustentáveis atuando com equipes multidisciplinares” “No âmbito do mercado de carbono, esses profissionais são fundamentais para desenvolver e implementar projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa”, esclarece a coordenadora.
Ainda segundo a engenheira, a compensação ambiental é outra esfera em que engenheiros ambientais atuam, projetando e gerenciando iniciativas que compensam impactos ambientais de empreendimentos, promovendo equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. O envolvimento em inventários de carbono é uma atividade-chave, pois esses profissionais realizam avaliações detalhadas das emissões de gases de efeito estufa em empresas e comunidades, fornecendo dados cruciais para estratégias de redução.
“A educação ambiental é uma ferramenta poderosa para a conscientização e mudança de comportamento”, ressalta a coordenadora. Nesse contexto, engenheiros e gestores ambientais desempenham um papel vital ao desenvolver programas educativos, capacitando comunidades e empresas a adotarem práticas mais sustentáveis. Ao disseminar conhecimento sobre a importância da mitigação das mudanças climáticas, esses profissionais contribuem para a formação de uma sociedade mais consciente e comprometida com a preservação do meio ambiente.
Por ano, o Brasil é responsável pela emissão de cerca de 2 bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera, o que infelizmente coloca o país entre os maiores emissores de gases de efeito estufa. Com o mercado regulado, as novas regras podem contribuir para reduzir as emissões, uma vez que, os créditos de carbono podem incentivar a criação de programas de preservação e reflorestamento entre outras iniciativas de captação de gases do efeito estufa.
Ainda segundo Cristina, a regulamentação também amplia a atuação de profissionais na área ambiental, que poderá atuar em iniciativas que promovam a redução das emissões de GEE, como projetos de eficiência energética, uso de energias renováveis, reflorestamento, entre outros.
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