A disparidade salarial entre profissionais cisgênero e trans é um retrato explícito da desigualdade estrutural enraizada no mercado de trabalho brasileiro. Dados recentes indicam que, em muitos casos, pessoas trans recebem até 10 vezes menos do que seus colegas cisgênero que ocupam funções e segmentos semelhantes, destacando um abismo de valorização que perpetua ciclos de exclusão e limita as chances de ascensão social da comunidade trans.
Vicki Demito | Créditos: Marcello Fim
Vicki Demito, embaixadora do Selo Vitória, lançado em São Paulo em outubro, desabafa sobre esse cenário alarmante: “A pessoa cis ganha muito mais que pessoas trans e isso é uma chacota”. Vicki, cuja atuação com o Selo Vitória tem o propósito de promover ambientes corporativos mais acolhedores e justos para a comunidade trans, acredita que a desigualdade salarial é apenas um reflexo da falta de políticas corporativas inclusivas, que negligenciam o valor e a capacidade de profissionais trans.
O Selo Vitória, como simboliza Vicki, representa um compromisso concreto de empresas que desejam transformar seus espaços em ambientes de trabalho justos e respeitosos, onde profissionais trans possam desenvolver suas carreiras com dignidade. Com isso, empresas recebem uma certificação que endossa sua responsabilidade na promoção da diversidade e inclusão.
A discussão é reforçada pelo advogado e especialista em Direitos Humanos, Dr. Miguel Dante Machado, que pontua: “A disparidade de remuneração entre pessoas trans e cis expõe a urgência de políticas inclusivas sérias, que transcendam o discurso e avancem para a ação concreta.” Dr. Miguel, também professor e escritor, acredita que a luta pela igualdade vai além de uma questão de oportunidade econômica, sendo, sobretudo, uma questão de justiça social que impacta o bem-estar emocional e a dignidade dos profissionais trans.
A luta por uma maior inclusão, entretanto, avança com iniciativas como o Selo Vitória, que transcendem o simples reconhecimento e se posicionam como um símbolo de ação e de comprometimento. Empresas que adotam o selo abraçam a oportunidade de não apenas contratar, mas também valorizar e apoiar profissionais trans em suas jornadas de crescimento. Esse movimento busca não só corrigir a desigualdade, mas também lançar luz sobre a importância de uma força de trabalho diversa e representativa, que agrega novas perspectivas ao mercado.
Este cenário enfatiza a necessidade urgente de o mercado brasileiro rever suas práticas e adotar políticas eficazes que garantam a equidade salarial e de tratamento a todos, independentemente de sua identidade de gênero.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
Daniela Oliva Roma
contato@abcboutique.com.br