Sugerida publicamente nesta quinta-feira pelo ministro da Educação, Camilo Santana, a criação de um concurso nacional unificado para professores pode pôr fim a boa parte das dores da categoria. Atualmente em fase de discussão com estados e municípios, a ideia da criação do “ENEM dos professores” está no guarda-chuva do plano nacional de valorização dos docentes e deve ser apresentada oficialmente em novembro.
“A essência deste concurso é um pacote de medidas que o governo quer para valorizar a carreira de magistério. Alguns dias atrás, tivemos um jantar que inaugurou os trabalhos do G20 no Brasil com a presença de diversos líderes de todos os países. Naquele momento, as autoridades já falavam da necessidade de um conjunto de políticas públicas para o reconhecimento desses profissionais”, conta o professor do Gran Concursos Carlinhos Costa, que vê com bons olhos a iniciativa:
“A carreira passa hoje por uma grande depreciação porque a maior parte dos nossos professores, aproximadamente 60% daqueles que atuam na rede pública do país, são temporários. Esta é uma contratação de vínculo frágil com o estado, o que é ruim para uma função que é essencial. É através do regime estatutário que se pode fornecer melhores condições de trabalho”.
Costa ainda reforça que a proposta é um movimento complementar aos programas anunciados pelo Governo Federal nos esforços para elevar a qualidade do ensino. Afinal, uma série de localidades brasileiras amargam anos sem a realização de concursos para seu corpo docente.
“O programa Pé-de-Meia, recentemente anunciado, visa reduzir a evasão escolar e aumentar o protagonismo juvenil. O ENEM dos professores seria uma atuação do governo na outra ponta. O objetivo é contar sempre com professores qualificados através da formação de uma lista classificatória para que os estados e os municípios possam contratar bons profissionais, reduzindo os custos com novas seleções”, explica o especialista.
Além disso, a criação do certame unificado poderia aumentar o interesse dos jovens pela carreira, lembra o professor.
“A lei do piso salarial para os professores já é cumprida em muitos estados e municípios, mas ainda não em todos. É preciso fazê-la valer em todo o país. Hoje ainda sofremos com o baixo número de alunos que querem se tornar professores, então isto seria um incentivo. Esta é uma tentativa de pôr fim a um ciclo que só prejudica a educação brasileira. Portanto, esta preocupação demonstrada é essencial para o futuro do país”, finaliza ele.
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THALITA CARVALHO PESSOA
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