Os bares e restaurantes empregam atualmente cerca de seis milhões de pessoas no Brasil. Dentre os funcionários que fazem parte desses estabelecimentos, destacam-se os garçons, que representam o primeiro contato do cliente com o negócio. Seja para levar um pedido até a cozinha, servir o consumidor, receber elogios a um prato ou ouvir e repassar uma crítica construtiva, o garçom é o principal elo entre o cliente e o estabelecimento.
Uma pesquisa recente realizada pelo Sebrae e Abrasel ressalta o papel crucial que os garçons desempenham na experiência dos consumidores. O estudo revelou que a cordialidade, educação e conhecimento dos atendentes são fatores decisivos para 17% dos clientes na hora de escolher um bar ou restaurante, sendo o segundo item mais importante, atrás apenas da limpeza e a higiene nas instalações (32,4%).
Em entrevista para a B&R, Max Pires, criador do curso “Garçom Vendedor”, revelou uma estratégia usada por ele para treinar os profissionais. “Em um restaurante onde sou mentor, o garçom não começa a trabalhar na sua função sem passar dois dias na cozinha. Ele participa da dinâmica primeiro, para depois atuar no atendimento”, diz.
E um garçom qualificado é sim capaz de, por meio de um atendimento de qualidade, atrair e fidelizar clientes. Quem confirma isso é Fred Gomes, garçom da churrascaria Ponto da Picanha, em Belo Horizonte, há 16 anos. Ele revela que muitos clientes vão ao local em razão de uma capacidade curiosa que ele tem.
Por ter sido palhaço antes de virar garçom, Fred aprendeu alguns malabarismos que utiliza hoje em seu trabalho. Fred solta a garrafa de cima de sua cabeça e a segura quando ela está quase no chão, o que já virou sua marca registrada no restaurante.
“Muitas pessoas se assustam quando veem pela primeira vez. Mas os clientes normalmente pedem para eu ‘abrir a cerveja daquele jeito’, para surpreender quem está com eles, e até hoje nunca deu errado. A aceitação dos meus chefes sempre foi muito boa, porque atrai muitos clientes para o estabelecimento”, explica Fred.
Bem longe da capital mineira, Weslley Silveira se consolida na profissão no restaurante Amazonas Peixaria, em Macapá. Ele, que já é garçom há 10 anos, diz que a atividade profissional o ensinou sobre resiliência, comunicação, gerenciamento de tempo, ética no trabalho e capacidade de lidar com a pressão.
”Para trabalhar como garçom, é essencial ter habilidades de comunicação, paciência, agilidade e uma atitude positiva, além da capacidade de trabalhar bem em equipe e prestar atenção aos detalhes. Também é muito importante ter resistência física para longas horas em pé e disposição para lidar com diferentes tipos de clientes”, diz Weslley.
Com a dedicação, Weslley foi promovido a maitre do estabelecimento. Ele define que o essencial para a promoção foram “as habilidades de liderança, ser consistente no excelente atendimento ao cliente, e ter um profundo conhecimento do menu e das operações do restaurante”.
Histórias como as de Fred e Weslley refletem como a profissão de garçom é muito mais do que servir pratos e bebidas. Envolve uma série de competências que vão desde a técnica até o relacionamento interpessoal. Garçons são verdadeiros embaixadores da experiência gastronômica, e suas atitudes podem determinar o sucesso ou o fracasso de um restaurante.
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TATIANE RAQUEL FERREIRA RIBEIRO
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