Os Jogos Olímpicos de 2024 já começaram e, como se sabe, a edição deste ano acontece em uma das capitais mais famosas do mundo – Paris, na França. Prova disso é que até mesmo as pessoas que nunca visitaram a cidade sabem dizer de cabeça pelo menos algumas de suas principais atrações: Museu do Louvre, Catedral de Notre Dame, Arco do Triunfo, os grandes bulevares, as livrarias, os cafés e, certamente, a gastronomia.
A culinária francesa é amplamente reconhecida por sua excelência e também pelo poder que teve de influenciar as cozinhas e os hábitos alimentares de muitos outros países ao redor do mundo, inclusive o Brasil. Quem nunca comeu uma baguete? Ou então um belo almoço de filé e purê? Além desses e de muitos outros pratos e termos importados do francês – chantilly, patê, croissant, maionese, crepe, champignon etc. –, os impactos da gastronomia francesa em nosso dia a dia são imensos.
Ainda assim, João Luiz Máximo da Silva, coordenador da pós-graduação em Cozinha Brasileira: cultura, território e negócios de alimentação; e pós-graduação em Gastronomia: história e cultura do Centro Universitário Senac – Santo Amaro, explica que, em um primeiro momento, a influência da cozinha francesa ficou restrita aos círculos mais altos da sociedade, em especial aqueles ligados à corte portuguesa.
“A culinária francesa desembarcou no Brasil no ano de 1808, junto com a chegada da família real no país. Assim como todas as outras monarquias europeias da época, a corte portuguesa sofria forte influência da cozinha francesa, algo refletido nos cardápios dos grandes banquetes que eram oferecidos”, afirma.
O docente, que também é professor de História da Alimentação no curso Tecnólogo em Gastronomia, comenta que os primeiros restaurantes voltados à culinária francesa no Brasil eram igualmente mais elitizados, marcados pela exclusividade. “Ao contrário das culinárias italiana e japonesa, por exemplo, que se popularizaram devido ao grande número de imigrantes, o mesmo não aconteceu com a cozinha francesa. Outro fator importante a se considerar é que os principais ingredientes sempre foram muito caros e difíceis de se obter no Brasil”, compara.
Estudantes abrindo o caminho
Efeitos mais práticos da influência francesa na gastronomia brasileira só foram sentidos a partir do final dos anos 1970, quando jovens cozinheiros franceses começaram a chegar ao país para trabalhar em restaurantes de hotéis de luxo. “Esses cozinheiros trouxeram consigo a Nouvelle Cuisine, que foi a grande responsável pela valorização de ingredientes brasileiros e por iniciar um novo panorama de desenvolvimento da gastronomia”, diz Máximo.
Neste sentido, as escolas de gastronomia de ensino superior no Brasil foram formatadas a partir do modelo francês, além da já mencionada influência dos cozinheiros franceses da Nouvelle Cuisine no Brasil. “A França foi a grande responsável pelo desenvolvimento da gastronomia moderna no mundo e por isso ainda é referência até os dias de hoje, impactando como pensamos e praticamos a gastronomia até hoje”, conclui.
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TALITA LIMA DOS REIS NAKAMURA
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