O mercado de alimentação plant-based no Brasil tem experimentado um crescimento significativo, impulsionado por uma mudança nos hábitos alimentares e uma maior conscientização sobre saúde e sustentabilidade. De acordo com uma pesquisa de 2021 realizada pelo Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), a pedido da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), pelo menos 20% dos consumidores brasileiros escolhem opções veganas quando frequentam estabelecimentos. O estudo, que entrevistou 2.002 pessoas maiores de 16 anos em todo o país, também revelou que 37% dos entrevistados adaptaram sua alimentação para não consumir carne pelo menos uma vez na semana, um percentual que tem aumentado consistentemente nos últimos cinco anos.
Outro levantamento, realizado em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (IBOPE), constatou que 33% dos brasileiros consumiriam mais produtos veganos se as informações fossem claramente destacadas nas embalagens. Naquela época, cerca de 8% dos entrevistados se identificavam como vegetarianos. Ricardo Laurino, vice-presidente da SVB, destacou que a indústria desempenha um papel crucial tanto em atender as expectativas dos consumidores quanto em promover a inovação. “Quando a indústria consegue atender uma expectativa que o consumidor tem, apresentando carnes vegetais saborosas, leites vegetais e queijos, e desenvolvendo vários produtos que tenham similaridade com os tradicionais, mas com valor agregado de sabor, preço e acessibilidade, consegue atender um conceito de alimentação”, afirmou Laurino. Ele acrescentou que a capacidade de inovação da indústria também é fundamental para transformar novos produtos em hábitos de consumo.
A CEO da TRIOXP FEIRAS E EVENTOS, organizadora da Plant Based Tech, Lúcia Abdala, também enfatiza o potencial do mercado brasileiro para o setor plant-based. “O Brasil é um dos mercados mais promissores para o setor plant-based. A nova geração busca alimentos e produtos sustentáveis que não agridam o meio ambiente. Cada vez mais empreendedores buscam novidades que atendam às expectativas desse consumidor”, afirmou Lúcia. Ela menciona a importância de um evento no formato da PLANT-BASED TECH que é um palco para discussões e para apresentação de tecnologia de produção, soluções para a indústria, embalagens e novos produtos focados em food services e varejo.
O movimento plant-based, que prioriza uma alimentação à base de plantas, tem atraído a atenção de indivíduos que buscam melhorar a saúde e reduzir o impacto ambiental de suas escolhas alimentares. Dados da Euromonitor indicam que o faturamento global do mercado de proteínas plant-based cresceu 69,6% entre 2015 e 2020, enquanto o mercado brasileiro registrou um crescimento anual de 11,1% no mesmo período. Um estudo realizado pelo Ibope e pela The Good Food Institute identificou que metade dos brasileiros reduziu o consumo de carne em 2020, com 39% dos respondentes consumindo alternativas vegetais em substituição às opções animais pelo menos três vezes por semana. Além disso, há uma crescente preocupação com a origem das matérias-primas e uma preferência por produtos orgânicos entre os adeptos do movimento plant-based.
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RODRIGO SOARES DO VALLE
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